19.9.05

O problema é a cerveja!

Todos somos conscientes que não andamos aqui porque alguém assim o quis. Ups!... Talvez seja uma afirmação perigosa quando bem educadinhos, vivemos em sociedade?!?! Uns dirão: «É o destino!» Eu, na verdade, vejo-o todos os dias no café da esquina, na rua onde morei um ano. A sua rotina já o matou, por isso aquele sorriso perpétuo no rosto. Aceno com o braço direito pela manhã, cumprimento-o pelas tardes quando regresso a casa depois de mais um dia de agitação e muita pedalada. Por vezes, trocamos algumas palavras… mais que aquelas típicas expressões de tempo e análises ao céu. Ele sorri eternamente, como algo que não vive, mas que sobrevive no reflexo do copo de cerveja que sustenta com a mão esquerda queimada pelo vento. Um golo mais, um cigarro que parece nunca se ter fumado e um «Até amanhã!», que sei que um dia não terá sucesso… São 9.17 e saiu de casa, com a bicicleta debaixo do braço. Revisto o saco de tiracolo e chego à conclusão que não tenho horas para chegar a casa… tenho tudo para mais uma viagem. Sei que a 10 metros cruzarei o olhar com aquele sujeito ao qual não conheço o nome, mas que saludo com o braço direito, uma saudação com a paz de espírito, que muitas vezes não acorda comigo! E hoje não estava o copo de cerveja…

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